Duas amigas minhas decidiram optar pela criopreservação, uma delas pelo banco privado e a outra pelo banco público...na altura manifestei a minha curiosidade sobre o assunto, inquiri algumas pessoas ligadas à saúde e fui pesquisando em vários sítios.
Os pais que optam pela criopreservação num banco privado, fazem-no como uma forma de garantir uma solução, caso o seu filho tenha algum problema no futuro...a questão é: não estarão eles a ser um pouco egoístas?
Se no caso da recolha da medula óssea...as pessoas fazem essa recolha sabem que esta vai para um banco público, de nível internacional, à espera de poder ajudar alguém que precise...porque não fazê-lo com o cordão umbilical do seu bébé? Ainda por cima, segundo as informações que fui recebendo, e ao contrário do que as clínicas de criopreservação privadas anunciam, não é certo que as células recolhidas, sejam sequer 100% compatíveis com a criança, em caso de doença...pode haver outros mais compatíveis ainda. e se por acaso não forem, a esperança desses pais irávira-se para para o banco público, (aquele que eles decidiram não colocar o do seu bébé...).
Na altura defendi isso a essas duas amigas minhas, uma delas optou por fazê-lo no privado, outra pelo público...
Estive agora a ler um blog de uma futura mãe, (na altura, porque entretanto já o é), que tinha optado por fazer a dita criopreservação num banco privado, também. Durante a gravidez, no entanto, teve que ser internada uns dias. Num desses dias, entrou no seu quarto (privado) de hospital uma menina com uns três anos, linda e cheia de energia, que olhou para a sua barriga de grávida e perguntou: tens aí um maninho? Só mais tarde é que ela percebeu o que a menina queria dizer, depois de conhecer a mãe...a menina sofria de uma leucemia muito rara, e a mãe dela tinha engravidado novamente e iria utilizar as células do cordão umbilical do seu novo bébé para tentar ajudar a outra filha. Mesmo assim, esperava ansiosamente pela notícia de um dador compatível (que pelos vistos já tinha aparecido, no banco público, mas infelizmente tinha-se tornado indisponível). A futura mãmã ao ver aquela menina, e o sofrimento dos seus pais, decidiu ali, mudar de ideias e resolveu criopreservar as células do cordão umbilical do seu bébé num banco público, de forma a ajudar esta ou outras crianças que poderiam vir a precisar. A isto, chamo um exemplo!
Aqui há tempos ouvi num qualquer boletim informativo dizer que o banco público de crio-preservação está em risco de fechar, por falta de financiamento do Estado...espero muito sinceramente, que tal não venha a concretizar-se.
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